Recentemente pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego fizeram avanços significativos que podem contribuir para melhorar a eficiência dos medicamentos.
Embora tenhamos abundância de remédios para problemas distintos de saúde, muitos não surtem o efeito esperado e alguns até provam-se prejudiciais à saúde.
Em geral, a maioria dos medicamentos é diluída no corpo pelos fluidos antes mesmo de atingir o local desejado. Entretanto, se houvesse um jeito de levar a droga diretamente ao local do tratamento, essas perdas poderiam ser facilmente evitadas.
Por isso, os pesquisadores desenvolveram uma armadilha química autopropulsora capaz de encontrar e matar patógenos. Veja a seguir como funciona essa armadilha química e como ela pode melhorar a eficiência dos medicamentos.
Como funciona a armadilha química autopropulsora?
Essa armadilha libera sequencialmente produtos químicos de um recipiente como um microdispositivo autônomo.
O núcleo do dispositivo contém um mecanismo de metal feito de esferas de magnésio, revestido por várias camadas de polímero, cada qual com a sua função.
Assim, quando o dispositivo entra em contato com um ambiente ácido ele é impulsionado para frente, pois o grânulo de magnésio reage ao entrar em contato com o ácido e produz bolhas de hidrogênio que o empurra para o local desejado, como o revestimento do estômago, por exemplo.
Depois disso, o motor de magnésio se dissolve, deixando para trás uma estrutura oca, como um saco, sendo trinta vezes o tamanho de uma bactéria.
E é justamente essa espécie de bolsa, a armadilha criada pelos pesquisadores, que atrai as bactérias para dentro e, assim que a armadilha entra em contato com o alvo, ela se transforma em uma prisão tóxica.
As “paredes” internas da armadilha são feitas de um polímero solúvel em ácido que incorpora o aminoácido serina.
Como a serina indica comida para a bactéria intestinal chamada Escherichia Coli, a liberação dela faz com que a bactéria se mova na direção da armadilha, através de um processo chamado quimiotaxia.
Então, durante a etapa final, a camada de polímero se dissolve e libera vários íons que matam as bactérias.
Sendo assim, podemos afirmar que este método criado pelos pesquisadores da Universidade de Califórnia em San Diego, aumenta a eficiência da entrega do fármaco.
E isso faz com que não só os medicamentos funcionem melhor, mas também abre possibilidades para estabelecer comunicações químicas entre micronadadores sintéticos e microorganismos móveis.
Além disso, com seu potencial de expansão para outros domínios médicos relevantes, é provável que esse projeto seja submetido a mais pesquisas ou até mesmo comercializado em breve.