O futuro da saúde está à beira de uma disrupção em larga escala, é o que afirma as análises da empresa Deloitte, uma das maiores organizações de consultoria e auditoria do mundo, referência na oferta de soluções integradas.
Assim, essa disrupção se dará por meio de dados interoperáveis, plataformas abertas e seguras e cuidados centrados no paciente, levando a mudanças significativas que impulsionarão os resultados do setor.
Portanto, diante da vulnerabilidade a mudanças e da necessidade de uma transformação estrutural e tecnológica, evidenciadas pela Covid-19, espera-se para o futuro da saúde que o compartilhamento de dados, a interoperabilidade, o acesso equitativo, o empoderamento do paciente, a mudança de comportamento e o avanço científico, impulsionem as transformações necessárias na saúde.
A empresa de consultoria, Deloitte, afirma que até 2040 a assistência médica como a conhecemos hoje não existirá mais! Embora não haja a probabilidade de erradicar as doenças, ela garante que: “por meio da ciência, dados e tecnologia, conseguiremos identificá-la mais cedo, intervir proativamente e entender melhor a sua progressão, ajudando os pacientes a manter o seu bem-estar de maneira mais eficaz e ativa.”
E ainda, o impulsionamento gerado pela maior conectividade de dados, das plataformas interoperáveis e o maior envolvimento do paciente, fará surgir 10 arquétipos que substituirão e redefinirão os papéis tradicionais das ciências da vida e dos cuidados de saúde.
Os 10 arquétipos que definirão o futuro da saúde
No futuro da saúde esses 10 arquétipos, ficaram subdivididos em três categorias distintas, porém interligadas, sendo elas:
- Dados e plataformas: os arquétipos deste grupo, serão a infraestrutura fundamental que formará a espinha dorsal do ecossistema de saúde de amanhã, segundo a Deloitte. Eles irão gerar os insights para a tomada de decisão. E o resto será construído a partir dos dados e plataformas que sustentam a saúde centrada no paciente.
- Bem-estar e prestação de cuidados: neste grupo, os arquétipos estarão mais focados na saúde dos três agrupamentos, compostos por instalações de atendimento e comunidades de saúde, virtuais e físicas, fornecendo cuidados e bem-estar ao paciente.
- Habilitação de cuidados: este grupo será composto por arquétipos conectores, financiadores e reguladores que fazem o “motor” do setor funcionar.
A Deloitte ressalta ainda que essas categorias precisam funcionar de forma integrada para que o ecossistema de saúde do futuro possa funcionar a todo vapor.

Os 10 arquétipos subdivididos nesta categorias, segundo artigo publicado no site da Deloitte, são:
1 Convocador de dados
Começando pelos arquétipos da categoria Dados e Plataformas, o convocador de dados, são organizações de coleta de dados que terão um modelo econômico construído em torno da agregação e armazenamento de dados individuais, populacionais, institucionais e ambientais. Entretanto, eles também promoverão a interoperabilidade e ajudarão a garantir a privacidade/segurança.
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2 Mecanismo de ciência e insights
Sobretudo, essas organizações realizarão pesquisas, irão desenvolver ferramentas analíticas e gerar percepções de dados que vão muito além das capacidades humanas na prestação de cuidados, e serão fundamentais no futuro da saúde.
3 Construtor de infraestrutura de dados e plataforma
Os construtores de infraestrutura de dados e plataformas vão desenvolver e gerenciar a infraestrutura de saúde para conectar pacientes e os stakeholders, definindo padrões para os componentes da plataforma.
E os arquétipos da categoria Bem-estar e prestação de cuidados, são:
4 Desenvolvedor de produtos para saúde
Os desenvolvedores de produtos de saúde fortalecerão o ecossistema de saúde no futuro da saúde, desenvolvendo e fabricando produtos de bem-estar e cuidados, de aplicativos a medicamentos. Embora as organizações que desenvolvem produtos ainda continuem a existir, esses produtos não estarão limitados a produtos farmacêuticos e dispositivos médicos. Mas, eles também incluirão software, aplicativos e produtos de bem-estar.
5 Comunidade de saúde centrada no consumidor
A princípio, juntamente com as empresas que desenvolvem produtos para a saúde, outras organizações fornecerão a estrutura que dá suporte às comunidades virtuais. Dessa forma, agentes de saúde centrados no paciente fornecerão cuidados virtuais e personalizados aos pacientes, alavancando a comunidade para encorajar a mudança de comportamento e promovendo a conscientização do paciente e médico responsável.
6 Operadora de atendimento especializado
Independente dos avanços que o futuro da saúde nos reserva, ainda sim teremos doenças para tratar. Então, significa que ainda precisaremos de prestadores de cuidados especializados e instalações altamente especializadas onde esses pacientes possam receber atendimento. Assim, operadores de cuidados especializados fornecerão cuidados essenciais e intervenções quando os cuidados domiciliares forem insuficientes.
7 Centro de saúde localizado
Embora haja alguns cuidados especializados, a maioria dos cuidados de saúde será provavelmente prestada em centros de saúde localizados. Centros de saúde localizados servirão como centros de educação, prevenção e tratamento em um ambiente de varejo. Além disso, os hubs locais irão conectar os pacientes a provedores de bem-estar virtuais, domésticos e auxiliares.
E por último, os arquétipos da categoria Habilitação de cuidados, são:
8 Conectores e intermediários
Esses são os provedores de logística que executarão a cadeia de suprimentos just-in-time, facilitando as operações de aquisição de dispositivos e medicamentos, levando o produto ao paciente.
9 Financiador individualizado
No futuro da saúde, ao contrário das seguradoras de saúde de hoje, essas organizações vão criar produtos financeiros que serão usados para administrar os cuidados de saúde, levando a reduções nos custos de atendimento ao alavancar modelos de risco avançados, incentivos ao paciente, gerando maior poder de mercado.
10 Regulador
No futuro da saúde ainda teremos reguladores, provavelmente não os veremos como os guardas de trânsito. Pois, eles definirão os padrões de como os negócios são realizados, influenciando as políticas para catalisar e impulsionar a inovação, ao mesmo tempo em que promovem a segurança pública e do paciente
Essas mudanças estão previstas para até 2040, porém a Deloitte ressalta que as transformações que ocorrerão daqui a 21 anos, já estão sendo feitas hoje. E que cabe a cada instituição rever os seus processos, digitalizá-los e repensar a forma como presta os seus serviços ao paciente.